A criança passa por duas gestações: a primeira, no útero materno, segundo determinismos biológicos e a segunda, na matriz social em que se cria, submetida a variadíssimas determinações simbólicas, a primeira de todas a linguagem e os usos rituais e técnicos próprios da sua cultura.
A possibilidade de ser humano só se realiza, efectivamente, através dos outros, dos semelhantes (…). Se a cultura pode definir-se (…) como “o que o homem acrescenta ao homem (natureza)”, a educação é a cunhagem efectiva do humano ali onde só existe como possibilidade; através da aprendizagem (não apenas submetendo-se a ela, mas também rebelando-se contra ela e inovando a partir dela) forjar-se-á a sua identidade pessoal irrepetível.
F. Savater, O Valor de Educar
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