sexta-feira, 30 de novembro de 2018


O Homem nasce bom ou mau? Ou é a sociedade que o corrompe?

“É preciso estudar a sociedade pelos homens, e os homens pela sociedade: os que quiserem tratar separadamente da política e da moral nunca entenderão nada de nenhuma das duas.” - Jean-Jacques Rousseau.

Não é recente a dúvida que o Homem tem com a sua própria espécie, os seus comportamentos e pensamentos. A dúvida de que se um ser humano nasce bom ou mau é frequente entre muitos filósofos e não só, ou até mesmo se é apenas a influência da sociedade que a envolve.
Filósofos como Rosseau ou Hobbes se interessaram por estás temáticas e desenvolveram diferentes perspectivas em relação a está dúvida, cada um com ideias bastantes distintas uma da outra.
A começar, Rosseau, defendia que o Homem nasce bom, contudo em contacto com a sociedade, que é má, influencia-o e torna-o mau. Esta sua perspectiva pode relacionar-se com a visão cristã em relação ao mundo, em que as crianças são caracterizadas como puras e ao longo da sua vida, com as experiências da vida, os males da mundo, e a influência da sociedade, que é má, as tornam pecadoras e más.
Quanto a Hobbes, este, por outro lado, defendia, que o Homem nasce mau, não sabe viver em sociedade, os seus instintos de sobrevivência e do desejo excessivo pelo poder, é capaz de fazer qualquer coisa para atingir os seus objectivos. Diz que o Homem nasce e é mau, causa uma espécie de insociabilidade, por isso precisa de autoridade, um estado autoritário, que dite as regras e normas de convivência.


Talvez as duas façam sentido, cada uma com a sua tese bem fundamentada, e cada um de nós poderá concordar com uma delas, resolvendo assim a grande dúvida se um Homem é bom ou mau, porém a dúvida não acaba aqui, não existe de facto algo material ou objectivo em que possamos dar com esta dúvida acabada, pois cada um tem opiniões diferentes e ideias contraditórias.
A meu ver, a sociedade, a experiência, o conhecimento, o nosso pensamento ou o meio em que estamos envolvidos, influencia toda a nossa atitude perante a sociedade. O ser humano nasce como uma folha branca, algo nunca antes tocado, apenas algo. Nascemos e somos apenas algo. Algo que respira. Que ao longo do tempo vai aprendendo as necessidades básicas de sobrevivência no mundo exterior, como comer, andar ou a começar a dizer os primeiros sons. Nesses primeiros a inconsciência ainda está muito presente, não temos definição para as nossas emoções, mas sentimo-la. Ao crescer, vamos aprendendo a aprofundar os que nos ensinam, aí somos influenciados pelos que nos ensinam. Nessa idade será que somos conscientes de podermos dizer que somos bons ou más? Nem todas as crianças são consideradas como boas, naturalmente podem nascer com instintos maus, mas podemos dizer que ela será capaz de mudar? A educação aqui, pode ter um papel fundamental para o crescimento e desenvolvimento da personalidade. Acredito que se tivermos uma boa educação, podemos abrir o interesse para o Homem querer aprender a melhorar a si mesmo.
Em relação a experiências, o Homem pode ser drasticamente traumatizado pela experiência ou sociedade, fazendo-lhe mudar a perspectiva, podendo mudar-lhe para melhor ou pior levando-o a mecanismos para o proteger da sociedade. Todos têm uma história e não devemos nós, como nosso dever, entendermo-nos uns aos outros?
Em conclusão, o Homem é influenciado pelo meio, assim, tornando-o bom ou mau, consoante a experiência.


No filme “The Born Killers” ( Assassinos por Natureza),  o casal, é actualmente perigoso e obviamente considerado mau, porém as suas atitudes são feitas por grandes danos traumáticos, feitos pela família e a sociedade envolvente. Assassinar os policias, pode ser como uma inconsciente vingança, por nunca terem salvado os protagonistas dos acontecimentos trágicas e abusivos ao que foram sujeitados.
Por fim, existem várias e complicadas perspectivas, como vemos, em relação a esta temática. Não existe, como antes referido, algo objectivo em que possamos acabar com esta dúvida.








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