O Homem nasce bom ou mau? Ou é a sociedade que o corrompe?
“É preciso estudar a sociedade pelos homens, e os homens pela
sociedade: os que quiserem tratar separadamente da política e da moral nunca
entenderão nada de nenhuma das duas.” - Jean-Jacques Rousseau.
Não é recente a dúvida que o Homem tem com a
sua própria espécie, os seus comportamentos e pensamentos. A dúvida de que se
um ser humano nasce bom ou mau é frequente entre muitos filósofos e não só, ou
até mesmo se é apenas a influência da sociedade que a envolve.
Filósofos como Rosseau ou Hobbes se
interessaram por estás temáticas e desenvolveram diferentes perspectivas em
relação a está dúvida, cada um com ideias bastantes distintas uma da outra.
A começar, Rosseau, defendia que o Homem nasce
bom, contudo em contacto com a sociedade, que é má, influencia-o e torna-o mau.
Esta sua perspectiva pode relacionar-se com a visão cristã em relação ao mundo,
em que as crianças são caracterizadas como puras e ao longo da sua vida, com as
experiências da vida, os males da mundo, e a influência da sociedade, que é má,
as tornam pecadoras e más.
Quanto a Hobbes, este, por outro lado,
defendia, que o Homem nasce mau, não sabe viver em sociedade, os seus instintos
de sobrevivência e do desejo excessivo pelo poder, é capaz de fazer qualquer
coisa para atingir os seus objectivos. Diz que o Homem nasce e é mau, causa uma
espécie de insociabilidade, por isso precisa de autoridade, um estado
autoritário, que dite as regras e normas de convivência.
Talvez as duas façam sentido, cada uma com a
sua tese bem fundamentada, e cada um de nós poderá concordar com uma delas,
resolvendo assim a grande dúvida se um Homem é bom ou mau, porém a dúvida não
acaba aqui, não existe de facto algo material ou objectivo em que possamos dar
com esta dúvida acabada, pois cada um tem opiniões diferentes e ideias contraditórias.
A meu ver, a sociedade, a experiência, o
conhecimento, o nosso pensamento ou o meio em que estamos envolvidos,
influencia toda a nossa atitude perante a sociedade. O ser humano nasce como
uma folha branca, algo nunca antes tocado, apenas algo. Nascemos e somos apenas
algo. Algo que respira. Que ao longo do tempo vai aprendendo as necessidades básicas
de sobrevivência no mundo exterior, como comer, andar ou a começar a dizer os
primeiros sons. Nesses primeiros a inconsciência ainda está muito presente, não
temos definição para as nossas emoções, mas sentimo-la. Ao crescer, vamos
aprendendo a aprofundar os que nos ensinam, aí somos influenciados pelos que
nos ensinam. Nessa idade será que somos conscientes de podermos dizer que somos
bons ou más? Nem todas as crianças são consideradas como boas, naturalmente podem
nascer com instintos maus, mas podemos dizer que ela será capaz de mudar? A
educação aqui, pode ter um papel fundamental para o crescimento e
desenvolvimento da personalidade. Acredito que se tivermos uma boa educação,
podemos abrir o interesse para o Homem querer aprender a melhorar a si mesmo.
Em relação a experiências, o Homem pode ser drasticamente
traumatizado pela experiência ou sociedade, fazendo-lhe mudar a perspectiva,
podendo mudar-lhe para melhor ou pior levando-o a mecanismos para o proteger da
sociedade. Todos têm uma história e não devemos nós, como nosso dever,
entendermo-nos uns aos outros?
Em conclusão, o Homem é influenciado pelo meio,
assim, tornando-o bom ou mau, consoante a experiência.
No filme “The Born Killers” ( Assassinos por
Natureza), o casal, é actualmente perigoso
e obviamente considerado mau, porém as suas atitudes são feitas por grandes
danos traumáticos, feitos pela família e a sociedade envolvente. Assassinar os
policias, pode ser como uma inconsciente vingança, por nunca terem salvado os protagonistas
dos acontecimentos trágicas e abusivos ao que foram sujeitados.
Por fim, existem várias e complicadas perspectivas,
como vemos, em relação a esta temática. Não existe, como antes referido, algo objectivo
em que possamos acabar com esta dúvida.
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