terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Brüno



 Brüno é um filme geralmente alvo da crítica especializada, lançado em 2009 nos EU. Brüno é o apresentador do programa noturno de moda de maior audiência em todos os países de língua germânica com exceção da Alemanha.

Protagonista do filme, Brüno teve muito sucesso primeiramente no filme Borat que é muito conhecido pelos apreciadores de comédia, em que o ator se chama Sacha Baron Cohen.

Rotten Tomatoes fez uma análise sobre este mesmo filme- "Bruto e ofensivo, mas com amplos conhecimentos culturais e risos arrebatadores, Brüno é outro mockumentary* estranho e divertido de Sacha Baron Cohen".

Para dar uma ideia, trata-se dum apresentador homossexual austríaco e uma super estrela no mundo da moda, que fica muitas vezes desempregado.

O filme começa com cenas bem editadas, com ritmo apressado no estilo das passarelas, onde Brüno, numa entrevista, consegue falar com uma das modelos, em que aí “brinca” com a inteligência das tops ao citar o grau de dificuldade que é raciocinar para usar as pernas. Mas é na sequência seguinte, que este deixa um recado para os desavisados, pois Brüno protagoniza, com seu namorado, cenas de sexo grosseiras.

Dado o aviso, o personagem parte para a América disposto a ser o maior astro gay austríaco, segundo ele.

Brüno tenta chegar ao sucesso pelas próprias mãos usando esquemas “matreiros” e consegue, com que sejam protagonizados alguns risos e alguma fama na sua partida para a América.


Na minha opinião, o filme é um muito engraçado, tal como o Borat, sendo este um filme muito conhecido do mesmo ator. Como homossexual assumido, o seu grande objetivo é tornar-se o austríaco mais conhecido desde Adolf Hitler. Para tanto ele realiza diversas viagens ao redor do planeta, sempre em busca de fama e glamour.







*Mockumentary- tipo de filme ou programa de televisão que retrata eventos de ficção, mas apresentado como um documentário













Francisco Caldas, nº 11

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Ministra brasileira causa polémica

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do Brasil, Damares Alves, afirmou num vídeo divulgado, que o Brasil está a entrar numa nova era, em que "meninos veste azul, meninas veste rosa".

Depois da divulgação do vídeo, teve início uma grande polémica no Brasil, com artistas, influenciadores e cidadãos a questionarem nas redes sociais o teor das declarações e a fazerem piadas sobre a importância da cor da roupa para o desenvolvimento das crianças.


Questionada pelos órgãos de comunicação locais, a assessoria de comunicação da ministra explicou que o vídeo foi gravado após a cerimónia de posse como membro do Governo, num encontro com apoiantes, e que o objetivo da declaração era mostrar que o Governo brasileiro irá trabalhar contra a "ideologia de género". 


"Fiz uma metáfora contra a ideologia de género, mas meninos e meninas podem vestir azul, rosa, colorido, enfim, da forma que se sentirem melhor", disse Damares Alves.


“Nós temos no Brasil o Outubro Rosa, que diz respeito ao cancro de mama com mulheres, temos o Novembro Azul, que é com relação ao cancro de próstata com o homem. Então quando eu disse que menina veste cor-de-rosa e menino veste azul, é que nós vamos estar respeitando a identidade biológica das crianças”, disse, frisando que não se arrepende das palavras escolhidas.


Escolhida para integrar o Governo por indicação da bancada evangélica do Congresso brasileiro, que apoia o Governo do Presidente Jair Bolsonaro, a ministra já causara polémica no discurso de posse, quando declarou que no Brasil o Estado é laico, mas ela era "terrivelmente cristã". Esta é advogada e pastora evangélica.




Em Flint, a água que sai da torneira é lixo tóxico

O escândalo da água contaminada na cidade de Flint, no estado americano de Michigan teria ocorrido se os moradores fossem brancos e ricos? Na altura os candidatos a presidenciais democratas, Hillary Clinton e Bernie Sanders, fizeram essa delicada pergunta.

O caso remonta para 2014, o ano em que o governador Rick Snyder nomeou um gestor de emergência para fazer uma mudança no sistema de abastecimento de água: a fonte, que era o sistema de Detroit há meio século, passou a ser o rio Flint. Pouco tempo depois, os habitantes queixavam-se de que a água cheirava mal e que estava com problemas na cor; descobriu-se que a mesma estava contaminada com trialometanos (poluentes ambientais considerados cancerígenos), substâncias cancerígenas, e bactérias.
O caso veio a público e o FBI abriu uma investigação, onde funcionários públicos do estado do Michigan foram expulsos de funções, e tanto o governador daquele estado como membros de topo da administração foram acusados criminalmente, até de homicídio.

O realizador Michael Moore – que é de Flint – esteve na cidade, para participar numa manifestação de protesto, a exigir que o Obama fosse ver a situação com os próprios olhos e para o governador Rick Snyder demitir-se. “Ele sabia que havia toxinas, poluentes e chumbo a contaminar a água e a chegar às torneiras dos residentes.” 
No documentário "Fahrenheit 11/9" mostra Moore a usar a água de Flint para limpar a casa do governador de Michigan, Rick Snyder.


terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Pena de morte.


"A pena de morte é a punição mais cruel, degradante e desumana." - Amnistia Internacional


A pena de morte ou pena capital é um processo legal pelo qual um indivíduo é morto pelo estado como punição por um crime cometido. Crimes que podem resultar na pena de morte são chamados de crimes capitais.

A pena de morte encontra-se abolida em quase todos os países da Europa e da Oceânia.  Na América do Norte, foi abolida no Canadá, no México e em alguns estados dos Estados Unidos da América (EUA).
Na América do Sul, Brasil, Chile e Perú esta encontra-se legal mas só em casos excecionais como por exemplo crimes de guerra. Nos EUA, na Guatemala, Caraíbas e na maior parte da Ásia, África ainda têm a pena de morte legalizada e a mesma é utilizada em diversos casos. A Rússia e outros países têm a pena de morte legalizada, porém na prática não é utilizada.

Todos os dias são executadas pessoas por ordem do Estado como castigo para uma variedade de crimes, em alguns casos por atos que não deviam ser criminalizados. 

O que está errado na pena de morte é a negação dos direitos humanos.

Condenar alguém à morte é negar-lhe o direito à vida, direito este que se encontra consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

É uma decisão irreversível, um castigo definitivo e irrevogável, existe sempre o risco de condenar alguém que se encontre inocente.

Posição dos países em relação à pena de morte em 2014
  Abolida para crimes comuns, porém usada em casos excepcionais (crimes de guerra)
  Abolida na prática, porém permitida por lei (suspensa ou em desuso)
  Permitida por lei e em prática 

  Abolida para todos os crimes 



A pena de morte não é solução. É um sintoma de uma cultura de violência.



mortalidade infantil aumentou em 2018

Taxa de mortalidade infantil aumentou em 2018. É preciso apurar causas.


Em 2018, morreram mais 60 crianças até um ano de idade do que no ano anterior, mas taxa de mortalidade foi semelhante à de 2016, frisa a Direcção-Geral da Saúde. Bastonário da Ordem dos Médicos reclama análise das causas dos óbitos.

Sobre eventuais motivos que justifiquem o aumento verificado em 2018 face a 2017, a DGS nada adianta, notando que os dados são ainda provisórios.

Considerando que os números são “preocupantes”, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães reclama, em nota à imprensa, que a DGS “finalize rapidamente o seu relatório para podermos obter as conclusões finais das causas de morte, para avaliar e actuar sobre este problema”.

Jornal Público (jan 2019)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

ação social?


As ações de Thích Quảng Ðức aumentaram a pressão internacional sobre o regime de Diem e fez com que o líder anunciasse reformas para acalmar os Budistas. No entanto, as mudanças prometidas foram implementadas muito lentamente ou nem foram concluídas, resultando numa deterioração na disputa. Com a continuação dos protestos, as Forças Especiais iniciaram ataques aos pagodes Budistas em toda nação. 

Diversos monges Budistas seguiram o exemplo de Thích Quảng Ðức e se auto-imolaram pelo fogo. Eventualmente, um golpe militar derrubou e matou Diem. A auto-imolação foi vista como o ponto de viragem na crise Budista Vietnamita que culminou na mudança do regime.

Uma porção da mesma imagem foi usada como capa do primeiro CD da banda Rage Against the Machine.

sociedade e desigualdade

Fortuna dos multimilionários cresceu 12% em 2018 e pobreza aumentou.



A fortuna dos multimilionários cresceu 12% em 2018, a um ritmo de 2.200 milhões de euros por dia, enquanto a riqueza da metade mais pobre da população mundial reduziu 11%, revela um relatório publicado hoje pela Oxfam.

A metade mais pobre da população mundial, segundo o documento, corresponde a cerca de 3.800 milhões de pessoas.

O relatório da organização não-governamental (ONG), intitulado “Bem-estar público ou lucro privado”, mostra como esta lacuna coloca em perigo a luta contra a pobreza, como prejudica as economias e alimenta a indignação em todo o mundo.

O documento foi apresentado um dia antes do início do Fórum Económico Mundial, em Davos (Suíça).

Os governos, segundo a Oxfam, exacerbam a desigualdade “ao não fornecer aos serviços públicos, como educação e saúde, o financiamento necessário, ao conceder benefícios fiscais às grandes corporações e aos ricos e ao não coibir a evasão fiscal”.

MadreMedia / Lusa / Economia 21 jan 2019

Oxfam

sábado, 19 de janeiro de 2019

A mulher e o direito ao voto





Após 125 anos de luta e manifestações, a mulher conseguiu obter o direito ao voto.
Num cenário de grandes transformações, as mulheres ativistas que defendiam o direito de participarem nas atividades políticas, ficaram conhecidas como sufragistas.


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 Segundo Geneviéve Fraisse e Michelle Perrot, na obra “História das mulheres no Ocidente”, os movimentos feministas do século 19 e início do século 20 procuravam a transformação da condição da mulher na sociedade através, principalmente, da luta pela participação na cena eleitoral. De facto, essa é uma das primeiras pautas dos movimentos de mulheres capaz de se difundir pelo mundo industrializado ou em industrialização.

Resultado de imagem para direito ao voto das mulheres
Na Europa, a luta das sufragistas misturava-se à luta do movimento operário contra a exploração dos trabalhadores, atuando nos partidos de esquerda, socialistas e comunistas. A Nova Zelândia, em 1893, e a Finlândia, em 1906, foram os primeiros países a reconhecer o direito das mulheres ao voto.

Carolina Beatriz Ângelo
Em Portugal, a primeira mulher a votar foi Carolina Beatriz Ângelo, em 1911

Em 1934 foi o ano da eleição das três primeiras deputadas à Assembleia Nacional, Maria Guardiola, Domitília de Carvalho e Cândida Parreira, e também o ano em que o Estado Novo se tornou o primeiro regime português a conceder o voto a algumas mulheres, embora tivesse continuado a persistir uma desigualdade entre eleitores e eleitas pagassem determinada contribuição predial. 

No entanto, só depois do 25 de Abril de 1974, com a lei n.º 621/74 de 15 de Novembro, o direito de voto tornou-se universal em Portugal.



Para terminar, uma pequena curiosidade:
No dia 8 de março, celebra-se o Dia Internacional da Mulher devido ao que aconteceu nos últimos 100 anos.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Comentários racistas valem perda de títulos

James Watson

O laboratório que James Watson, prémio Nobel da Medicina em 1962, dirigiu considera que as suas opiniões sobre as diferenças de inteligência entre raças são "repreensíveis", além de "injustificáveis pela ciência".


Aos 90 anos, o cientista norte-americano co-responsável pela descoberta da estrutura em dupla hélice da molécula de ADN viu serem-lhe retirados, na semana passada, vários títulos honoríficos que recebeu ao longo da carreira, graças aos seus comentários na televisão. Num programa emitido no início deste mês, James Watson reiterou a sua convicção de que há diferenças de inteligência entre raças e que a genética o justifica.

A primeira vez que James Watson manifestou este seu polémico ponto de vista foi em 2007, em declarações ao Sunday Times, para justificar a sua posição "sombria" sobre África: "Todas as nossas políticas têm por base o facto de a inteligência deles ser a mesma que a nossa, quando todos os testes dizem que não é bem assim." Na altura, o geneticista chegou ao ponto de dizer que, embora "esperasse" que todos fossem tratados de forma igual, "as pessoas que têm de lidar com funcionários negros sabem que isto não é verdade".

Watson acabou por pedir desculpa e retratar-se, mas abandonou o cargo de chanceler que ocupava no laboratório. Agora, o cientista vai mais longe e afirma que as diferenças de QI entre caucasianos e outras raças se refletem no ADN.



Revista Visão (SOCIEDADE 14.01.2019)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Viver com a frustração



“Um tipo frustrado é um homem demasiado inteligente para ser um homem meramente inteligente e não bastante inteligente para ser um homem de talento.” 


                                                                 -Fernando Pessoa 








  O Homem procura constantemente satisfazer os seus desejos. Cria objetivos que o possam gratificar, seja no mais pequeno pormenor, seja inconscientemente. 
   A frustração é o estado mental que surge em consequência de uma meta ou objetivo que não é alcançado. O que impede a falta de sucesso em algo pode-se dever a fatores: internos e externos, muitos deles fora do nosso próprio controlo. 
  Muitas vezes a melhor forma de compreender um pouco mais o ser humano é realizar uma introspeção, analisando-nos como o exemplo mais próximo e o que conhecemos mais profundamente diante de todos os outros seres humanos.
  Com certeza, em algum momento da vida já nos sentimos frustrados. Mais certo seria dizer, provavelmente em diversos momentos. Desde crianças desejamos obter ou fazer algo com muita intensidade e nem sempre os nossos desejos são concedidos. 
  A facilidade que há em certos casos, durante a infância, em obter tudo aquilo que se deseja, quando se deseja e da maneira que se deseja, pode de facto criar uma certa postura de comodidade e uma perspetiva errada da vida adulta. Daí, depararmos-nos com adultos ou jovens adultos extremamente frustrados, perante determinadas situações que fazem parte do nosso crescimento enquanto indivíduos. Não que este seja o único fator por detrás

desta situação e não que este  fator esteja necessariamente por detrás desta situação. No estudo do Homem nada pode ser analisado como exato e equitativo para todos.


  É importante compreender que o que nos impede e dificulta a chegar a certo lugar não depende somente de nós e, por vezes, a batalha que percorremos até então não seja totalmente um desperdício de tempo. Quando nos apercebemos que não chegamos onde queríamos chegar, mas permitimos abrir horizontes para perceber que chegamos a outros lugares, talvez tão importantes para o nosso crescimento como este lugar que tanto cobiçamos,… aí estamos a ultrapassar a frustração. Estamos a reverter uma situação de perdas e de falhas para mais uma vitória na nossa evolução enquanto seres humanos. A pegar nos pedacinhos e a juntá-los novamente. 


  A frustração, este sentimento que nos dá umas voltas na barriga, umas dores de cabeça e uma vontade de gritar? Talvez não deva ser associada a algo tão negativo, desde que tenhamos a capacidade de usar a frustração como uma oportunidade para aprender.

  Pode demorar a ultrapassá-la, pode ser difícil voltar a acreditar e a recuperar a motivação para agir, mas é importante ter em mente que a frustração não é um sentimento muito bom para nos acompanhar durante demasiado tempo. O Homem sem esperanças e sem vontade torna-se cómodo. 
  O comodismo, o estar naquela zona de conforto, mesmo que não seja assim tão confortável para nós, mas é o melhor que conhecemos até então… Não agir e esperar frustrado não faz com que nada se altere para melhor, isto sabemos nós que acreditamos que décadas atrás a Democracia não se instalou porque todos ficaram sentados em casa extremamente zangados com o sistema, a deixar os dias passar.

  A frustração faz parte
 É preciso aceitá-la como uma fase integrante em muitas das nossas batalhas
  E depois largá-la
 Porque não podemos viver frustrados a encarar uma porta fechada
 Com tantas outras abertas



Beatriz Alexandra



terça-feira, 15 de janeiro de 2019

A construção social do género e do sexo.

Nos últimos anos, as teorias de socialização e do papel do género têm sido alvo de críticas por parte de um número cada vez maior de sociólogos. Os sociólogos não consideram o sexo e o género como factos determinados biologicamente/culturalmente, mas sim como produtos construídos socialmente.
Não só o género é uma criação puramente social, mas o corpo humano está sujeito às forças sociais que o moldam e o alteram de várias maneiras. É possível atribuir aos nossos corpos significados que desafiam o que é geralmente considerado como "natural". Desse modo, os indivíduos poderão optar por construir ou reconstruir os seus corpos conforme a sua vontade, recorrendo a atividade física, dietas, estilo pessoal, até à cirurgia plástica e às operações de mudança de sexo.

O corpo humano e a biologia não são dados adquiridos, mas estão sujeitos à ação humana e à escolha pessoal em contextos sociais diferentes.


segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Espaço pessoal.

Existem diferenças culturais na definição do que é o espaço pessoal.

Na cultura Ocidental, a maior parte das vezes as pessoas mantêm uma distância de pelo menos um metro quando se envolvem numa interação com outros. Quando se encontram lado a lado podem permanecer um pouco mais próximas umas das outras. No Médio Oriente, as pessoas permanecem mais próximas do que é aceitável no Ocidente. Os ocidentais que visitam o Médio Oriente podem se sentir desconfortáveis com essa inesperada proximidade física.

Edward T. Hall, antropólogo, distinguiu 4 zonas de espaço privado.

1. Distância íntima, esta é reservada a muito poucos contactos sociais. Somente os envolvidos em relações que permitam o contacto regular com o corpo, como pais, filhos e amantes, operam nesta zona de espaço privado.

2. Distância pessoal, é a usada em encontros com amigos e conhecidos relativamente chegados.

3. Distância social, é a zona normalmente estipulada para contextos formais de interação,como por exemplo entrevistas.

4. Distância pública, preservada por aqueles que atuam perante uma assistência.


Interações mais banais, as zonas mais sensíveis são as das distâncias íntimas e pessoal. Se estas zonas forem invadidas, as pessoas tentam readquirir o seu espaço.