Com o tempo, graças à sua luta, a mulher tem vindo a conseguir aumentar o seu território na sociedade, abandonando a figura de mera dona de casa, esposa e mãe, e assumindo postos de trabalho e cargos importantes em empresas.
Apesar de uma maior presença no mercado de trabalho, ainda é notável uma desigualdade de género. O número de mulheres que ocupam cargos profissionais de nível superior ainda é muito reduzido, embora elas constituam a maioria apta a pertencer ao mercado de trabalho. Além disso, o salário da mulher ainda é relativamente menor comparado com o dos homens, fator que piora quando se dá especial atenção às mulheres negras.
Nos cargos políticos, a mulher continua a ser pouco representada. Em Portugal, o regime democrático já tem 45 anos, mas o Governo português continua a ter homens a mais na sua constituição, mesmo sabendo que "muitos homens que participaram mostraram ter tido pouca qualidade e as mulheres terem sido quase sempre governantes de grande qualidade", afirma o primeiro presidente democraticamente eleito após a revolução de 1974, António Ramalho Eanes. O ex-presidente lembra também que a "participação das mulheres não só é positiva, como é importante".
“Em termos numéricos ainda há muito a fazer em Portugal no que toca à participação das mulheres”, diz Michael Baum, professor de Ciência Política. “Há mais mulheres licenciadas e muitas que têm doutoramento. São pessoas altamente qualificadas, mas a sociedade portuguesa ainda é muito tradicional no que respeita aos papéis familiares”, acrescenta.
O PESO DA VIDA FAMILIAR
Com a entrada no mercado de trabalho, a mulher acumulou as funções profissionais, as domésticas e até as maternas, ficando, por vezes, sobrecarregada. Como sabemos, a desigualdade começa em casa, uma vez que as mulheres continuam a fazer a maior parte do trabalho dentro desta.
Em 2010, Licia Ronzulli, antiga eurodeputada italiana, levou pela primeira vez a sua filha para o Parlamento Europeu e considerou importante “lembrar que há mulheres que não têm esta oportunidade [de trazer os filhos para o trabalho] ".
É por esta desigualdade dissimulada, fruto do passado, no qual a mulher era vista apenas para a reprodução e como um complemento do homem, que surge a necessidade de lutar pelos direitos femininos. A influência do movimento feminista tem crescido na sociedade, apesar do facto de muitas indivíduos carregarem mitos sobre este movimento.
Ainda existem pessoas que pensam que feminismo é o contrário de machismo ou que as mulheres feministas lutam contra os homens. De facto, isto revela-se um erro, pois, como referi anteriormente, a luta feminista é pela igualdade social, política e económica entre mulheres e homens, ou seja, é contra o machismo e outros movimentos extremistas.
É, essencialmente, uma luta pela liberdade individual, sendo que os homens também podem atuar neste sentido e mostrar o seu apoio ao movimento.
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