O ciclone Idai teve origem
numa depressão tropical que se formou na costa leste de Moçambique no início de março e foi ganhando força à medida que seguiu rumo ao continente, alcançando
ventos até 177 quilómetros por hora e chegando ao litoral
de Moçambique no começo da noite de quinta-feira, 14 de Março de
2019.
A cada dia o número oficial de vítimas vai aumentando. A passagem do Idai por Moçambique devastou territórios
inteiros, mas a zona mais afetada foi a costa central do país. O número oficial
de mortos nessa região já passa de 500, antevendo-se a confirmação da cifra
projectada no dia 18 de Março de 2019, pelo presidente Filipe Nyusi,
que “poderá superar os 1.000 óbitos”.
De acordo com as agências
internacionais de ajuda humanitária que descrevem as consequências
dessa tempestade como o pior desastre no sudeste da África em duas décadas,
acrescento ainda que é o pior desastre que vem à memória em Moçambique.
A localidade mais afetada
pelo ciclone foi a Beira, uma importante cidade portuária com 500.000
habitantes. Não será nenhum exagero afirmar que mais de 85% da cidade foi
destruída. O cenário que se viveu nos primeiros dias pós ciclone foi desolador,
nessa cidade que virou praticamente uma cidade-fantasma, onde muitas casas
estão totalmente destruídas, sem água potável nem energia eléctrica e onde a
generalidade dos estabelecimentos comerciais e instituições públicas tiveram
que fechar por causa da violência do ciclone.
Pessoas continuam à espera de socorro em áreas
atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e
cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos
agrícolas.
Equipas de resgate continuam a trabalhar contra
o relógio para ajudar os sobreviventes. Uma semana depois da passagem do
ciclone a situação é ainda de tirar o sono a todos nós.
O avião com
os 41 militares que foi para Moçambique, já regressou e aterrou no aeroporto de Figo Maduro depois de dez
dias de missões de busca e salvamento, distribuição de comida e medicamentos. A
missão foi bem sucedida, garante o comando das Forças Armadas, numa altura em
que mais ajuda chega ao país.
Em Moçambique vai ainda ficar uma equipa
de seis militares a prestar apoio, sobretudo ao consulado português,
assegurando a capacidade de
A devastação causada pelo ciclone Idai
mobilizou 41 militares, dos quais 25 são fuzileiros. Seguiram também duas
equipas cinotécnicas da GNR, com cães de busca e salvamento e vários
elementos do exército, incluindo uma equipa de engenharia.
Os militares levaram, entre outro material, medicamentos, botes, drones, equipamentos de comunicação, rações de combate para 15 dias. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, despediu-se de todos os militares antes da partida.
Os militares levaram, entre outro material, medicamentos, botes, drones, equipamentos de comunicação, rações de combate para 15 dias. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, despediu-se de todos os militares antes da partida.
O número de mortos em Moçambique provocados pelo ciclone Idai e as cheias que se seguiram subiu para 598, anunciaram as autoridades moçambicanas esta terça-feira.
O último balanço, apresentado pelo
Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), acrescenta mais 80 vítimas
mortais desde segunda-feira, altura em que um
novo balanço apontava 518 mortos O número de feridos mantém-se em 1641.
Pedro Pimenta
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