sexta-feira, 29 de março de 2019
A AMEAÇA DA EXTREMA-DIREITA NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES EUROPEIAS
Fazendo um balanço sobre o passado e o presente da extrema-direita especialmente na Europa, apercebemo-nos claramente que há muitas semelhanças que não foram dissipadas ao longo dos anos, nem mesmo depois de uma Segunda Guerra Mundial.
Logo, os avanços da extrema-direita na atualidade comprometem todos os esforços que foram feitos para criar um projeto europeu que atenuasse em parte as consequências desastrosas da Segunda Grande Guerra. Daí as próximas eleições europeias agendadas para Maio de 2019 serem importantíssimas para manter a credibilidade da União Europeia e do modelo de comunidade europeu.
A questão do Brexit permitiu um aumento do euroceticismo, e descredibilizou em parte o funcionamento da UE, pois que país quereria sair se sentisse que o projeto europeu funcionasse e respondesse às suas necessidades?
Um exemplo deste aumento do euroceticismo foi o facto de a extrema-direita alemã decidir fazer uma campanha pela saída da Alemanha da União Europeia, mas em “último recurso”, caso o bloco europeu não faça uma reforma de fundo, adiantou a AFP (Alternativa para a Alemanha).
A decisão da extrema-direita alemã, que aconteceu dias antes de uma votação crucial no parlamento britânico relativa ao ‘Brexit’, a decisão foi tomada num congresso da Alternativa para a Alemanha (AfD), que decorreu na cidade de Riesa, na Saxónia, para definir o programa do partido para as eleições europeias.
Antes da AfD nenhum partido alemão tinha equacionado, mesmo de forma prudente, a opção de um ‘Dexit’, a palavra usada em referência ao ‘Brexit’, significando a saída da Alemanha (Deutschland).
O texto adotado por uma maioria de delegados do movimento, que se afirma como uma das principais forças de oposição no parlamento alemão, pronunciou-se a favor de um ‘Dexit’ se as exigências de reformas profundas da União Europeia reivindicadas pela AfD não sejam adotadas num prazo razoável.
Numa situação dessas, a AfD considera “necessário, em último recurso, uma saída da Alemanha ou a dissolução da União Europeia” e a criação, em alternativa, de uma mera comunidade económica, refere o programa da extrema-direita.
Entre as exigências de reforma da União Europeia por parte da AfD encontram-se, por exemplo, a supressão do parlamento europeu, o fim do euro e da islamização da Europa.
Este exemplo mostra claramente a importância da social-democracia se tornar novamente credível. Certamente outros partidos da extrema-direita adotaram este discurso nas suas campanhas para as eleições europeias, tentando sempre descredibilizar tudo o que represente ideias de europeísmo.
O passado ensinou-nos muito acerca de entregar o poder à extrema-direita e isso não pode ser esquecido num momento tão importante para o futuro europeu, pois caso se esqueça cairemos em nacionalismos novamente destrutivos.
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