quarta-feira, 29 de maio de 2019

EXCLUSÃO SOCIAL 
   A exclusão social é uma consequência das privações que impedem os indivíduos ou um grupo do exercício pleno da cidadania, isto é, de participarem plenamente na vida económica, política e social da sociedade em que se encontram inseridos. Pode ser definida como uma combinação de falta de meios económicos, de isolamento social e de acesso limitado as direitos sociais e civis.

É necessário lembrar que pobreza e exclusão social
não são sinónimos.

    Enquanto a pobreza está associada à falta de recursos, sejam estes materiais, alimentares, sociais ou culturais, a exclusão social diz respeito a uma situação de privação que não tem a falta de recursos como a sua origem.
  Porém, apesar destas duas palavras não terem o mesmo significado, encontram-se associadas. A pobreza acaba sempre por representar uma situação de exclusão, uma vez que os indivíduos que são alvo desta problemática estão privados de participar plenamente na vida económica, social e civil. 
   Um exemplo que dá forma a esta situação são os sem-abrigo. Estes não possuem residência permanente ou quaisquer condições básicas. Sem trabalho e sem rendimento não têm o poder para comprar e usufruir de bens e serviços essenciais, como a educação e a saúde. 
   Dentro dos fatores que podem contribuir para a exclusão social estão: os problemas laborais, os padrões de educação e de vida (baixa escolaridade, desemprego, sem abrigo, prostituição), a saúde (doença/incapacidade), a nacionalidade (imigração), o endividamento, a toxicodependência (consumo/abuso de drogas), a desigualdade sexual e a violência/criminalidade. 

MOBILIDADE SOCIAL
      A mobilidade social corresponde ao movimento, de um ou mais indivíduos, dentro da estrutura social hierárquica, passando de uma posição social para outra. Esta não corresponde apenas à ascensão social, mas também ao declínio. Estas duas ocorrências encontram-se inseridas na subcategoria “mobilidade vertical”. 
→ Mobilidade vertical ascendente: quando o movimento se processa de um grupo social com uma posição inferior para uma superior. Um exemplo deste fenómeno é a mudança de cargo dentro de uma empresa, passando de auxiliar para gerente.
→ Mobilidade vertical descendente: quando o movimento se processa de um grupo social com uma posição superior para uma inferior. Por exemplo, um técnico despedido de uma empresa que só consegue colocação num emprego com pior remuneração.
    Quanto às transições sociais, estas geralmente são provocadas por fatores geracionais ou profissionais e acontecem dentro de uma mesma classe social, dando-se o nome de “mobilidade horizontal”, uma vez que o indivíduo permanece na mesma posição social, mas muda de emprego ou região. 

     Os estudos da mobilidade permitem acompanhar a trajetória de um indivíduo, observando as várias posições que foi ocupando ao longo da sua vida. – Mobilidade intrageracional.
     Mobilidade entre gerações: quando os filhos ocupam as mesmas posições sociais que os pais – Mobilidade intergeracional.

   Oportunidades de um futuro melhor, para os descendentes de alguém proveniente de uma classe social inferior, nem sempre foram alcançáveis. Antigamente, existiam sistemas de castas e sistemas feudais:
  → Sistemas de castas: consistem numa divisão social, a qual se baseia na ocupação profissional e, principalmente, na origem ou nascimento, ou seja, na hereditariedade. Assim, a condição de um indivíduo passa para o seu filho e, o casamento só é possível se ambos pertencerem ao mesmo grupo. Nestes sistemas, a mobilidade entre grupos era impossível.
Curiosidade: O sistema de castas é um tipo de desigualdade que existe principalmente na Índia, bem como Nepal, Bangladesh, Paquistão e Coreia.
Sistemas feudais: Antigamente, a sociedade encontrava-se dividida em estados – nobreza (constituída por soldados, militares e órgãos do reino), clero (composto pelos membros da igreja) e povo (formado pelos trabalhadores, nomeadamente camponeses) – cada um destes com distintos direitos e obrigações, consagrados pela lei. Neste período, a mobilidade individual era quase impossível, existindo apenas algumas exceções.

  Apesar da sociedade contemporânea ser mais liberal e desenvolvida, que proporciona mais oportunidades de ascensão social, ainda são diversas as desigualdades presentes na mesma. Com o surgimento das novas tecnologias, têm emergido novos contrastes, como a precarização do emprego, isto é, a diminuição dos direitos e das garantias dos trabalhadores. E, embora as mudanças na sociedade sejam frequentes, a classe de origem dos indivíduos continua, em muitos casos, a condicionar a sua trajetória futura. Por exemplo, indivíduos provenientes de uma família de baixos níveis de rendimento e de escolaridade têm menor probabilidade de alterar a sua posição social.

NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS: FEMINISTAS 
    Ao longo da História da Humanidade, a mulher e o homem sempre desempenharam papéis sociais muito diferentes, resultando na desigualdade de género presente na sociedade, que prejudica, maioritariamente, as mulheres
   De forma a solucionar este problema surge o movimento feminista, que é um dos mais antigos movimentos sociais, sendo que teve o seu início nos finais do século XIX, com o movimento sufragista, este que se direcionava especialmente à conquista do direito ao voto e à participação na vida política.
     O Feminismo é um movimento social, político e económico, que tem como objetivo lutar pelos direitos das mulheres. O movimento procura, principalmente, atingir a igualdade de direitos e oportunidades entre os dois sexos. Colocar fim à desigualdade salarial, garantir as mesmas oportunidades de emprego nos mais variados setores, combater os diferentes tipos de assédio e violência e atribuir direitos relacionados com a maternidade e o aborto, são algumas questões que levaram à necessidade da existência deste movimento.
  Graças à sua luta, a figura feminina passou de elemento secundário a ser um componente extremamente fundamental na sociedade atual, abandonando a figura de mera dona de casa, esposa e mãe, e assumindo postos de trabalho e cargos profissionais importantes.

Michael Baum, professor de Ciência Política afirma que:
“Em termos numéricos ainda há muito a fazer em Portugal no que toca à participação das mulheres. Há mais mulheres licenciadas e muitas que têm doutoramento. São pessoas altamente qualificadas, mas a sociedade portuguesa ainda é muito tradicional no que respeita aos papéis familiares”.

    A verdade é que a influência do feminismo tem vindo a aumentar na sociedade, apesar de muitas pessoas carregarem mitos sobre o movimento, como pensar que feminismo é o contrário de machismo ou que as mulheres feministas lutam contra os homens. 
Essencialmente é uma luta pela liberdade individual, sendo que os homens também podem atuar neste sentido e mostrar o seu apoio ao movimento. 

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