Globalização e consumo (padrões e hábitos)
O que é?
A sociedade de consumo é o tipo de sociedade que se encontra
numa avançada etapa e desenvolvimento industrial capitalista e que se
caracteriza pelo consumo excessivo de bens e serviços. Conceito de sociedade de
consumo está ligado ao de mercado e, por fim, ao conceito de capitalismo.
Características de Sociedade de Consumo:
- A oferta excede a procura, o que implica o recurso a estratégias de marketing para escoar a produção;
- Sociedade de oferta de bens normalizados, produzidos a baixos custos que resultam da produção em série, atrativos e de duração efémera pois as necessidades de produzir e escoar são permanentes;
- Sociedade com padrões de consumo massificados devido ao tipo de oferta (bens padronizados) e tipo de pressões exercidas sobre o consumidor (a publicidade sugere modelos de comportamento a seguir).
Definições:
Consumo de massas: Comportamento
típico das sociedades de consumo que se manifesta por um consumo massificado de
bens normalizados de curta duração e acessíveis à generalidade da população.
Consumismo:
Conjunto de comportamentos e atitudes suscetíveis de conduzir a um consumo sem
critérios, compulsivo, irresponsável e perigoso.
Consumerismo:Designa a
organização dos consumidores, a formação de associações e o desenvolvimento dos
respetivos meios de informação e de ação com a finalidade de verem reconhecidos
os seus direitos.
Sociedade de consumo
→ Os
meios de comunicação em massa (jornal, televisão e rádio), têm o poder de criar
a necessidade de uso de novos produtos;
→A
associação entre esse modelo de produção em série, as empresas prestadoras de
serviços, caracteriza assim a chamada sociedade de consumo.
Globalização e a sociedade do risco e da incerteza
Ulrich efetua uma análise da sociedade
contemporânea em que faz sobressair o facto dos aspetos negativos ou riscos
superarem os aspetos positivos e acima de tudo, escaparem do controlo das instituições
sociais.
Ter uma cultura de risco implica possuir
conhecimentos que permitam a prevenção de situações de risco e a autoproteção
em caso de perigo.
Encontrar uma definição para sociedade de
risco vai de encontro à opinião e argumentos dos sociólogos Anthony Giddens e Ulrich
Beck. De acordo com o sociólogo britânico Anthony Giddens, uma sociedade de
risco é "uma sociedade cada vez mais preocupada com o futuro (e também com
a segurança), o que gera a noção de risco", enquanto o sociólogo alemão
Ulrich Beck define como "uma forma sistemática de lidar com perigos e
inseguranças induzidas e introduzidas pela própria modernização”.
A teoria da sociedade do risco de Ulrich Beck
é das teorias da sociologia do século XX com mais impacto. A publicação do
livro deste autor, Risikogesellschaft, em 1986, iria traçar o destino de uma
das teorias sociológicas mais debatidas, e que originou toda uma linha teórica
baseada na modernização reflexiva.
A sociologia nasceu para o estudo das
sociedades no quadro dos estados-nação. Beck questionou ao longo de toda a sua
obra como lidar com a vida em sociedade quando a ação e as decisões se deslocam
para o plano global mas a maioria das populações continua a viver localmente.
A importância do conceito de sociedade de
risco pode passar despercebida no nosso dia-a-dia, mas cada vez que lemos um
jornal ou vemos um telejornal estamos a viver essa sociedade de risco, pois
temos a noção do perigo que é viver na nossa época.
Temos a noção dos perigos que corremos por
via das alterações climáticas, da poluição produto da radioatividade das
centrais nucleares que explodem ou podem explodir, das contaminações alimentares
em larga escala, das epidemias modernas ou renascentes. No entanto, não
entramos em pânico perante o risco, vivemo-lo e assimilamo-lo, seja opondo-nos
às suas causas, seja exigindo que quem governa, quem detém a produção, quem é
proprietário cumpra as suas responsabilidades para com os restantes,
protegendo-os do risco.
Esta visão do mundo, que é a nossa, é
radicalmente diferente de outras épocas em que o risco não era “nosso
conhecido”. A reflexividade inerente ao conhecimento do risco era ausente e
Beck soube explicar-nos porque o nosso mundo era diametralmente diferente e
qual o poder que nos era conferido, ao podermos agir sobre o risco e mudar as
nossas sociedades. Beck foi um sociólogo e investigador mas também um
intelectual europeu ativo.
Diana Freire
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